Prevenção Cancro da Mama

10 de outubro de 2017

No mês dedicado ao Cancro da Mama nunca é demais relembrar que a prevenção continua a ser a melhor cura. Apesar do progressivo desenvolvimento da ciência e de se ter tornado cada vez mais uma doença com uma grande taxa de sobrevivência é mesmo importante estarmos atentas pois continua a afetar 1 em cada 11 mulheres em Portugal e a ser a maior causa de morte precoce no nosso país. 

Calculo que a maior parte de vocês já tenha tido algum contacto com a doença, através de amigos, familiares ou infelizmente de uma forma mais pessoal...

Apesar de ter tido a sorte enorme de não ter um tumor maligno a minha história com caroços no peito já começou há alguns anos e queria partilhá-la convosco para que possam estar atentas, não deixarem de fazer a apalpação regularmente e irem imediatamente ao médico caso encontrem algo fora do normal.

Eu tinha 27 anos quando um dia, depois de tomar banho e a pôr o creme no corpo, me apercebi de um caroço do tamanho de um mirtilo na parte inferior do meu mamilo direito. Senti todo o  meu sangue a abandonar-me... entrei logo em pânico e fomos diretamente para o Hospital da Luz à 00h. A médica que me atendeu foi um amor – ainda hoje agradeço aos céus por aquela médica – e tranquilizou-me bastante. Disse que devido à idade, à falta de historial na família e aos contornos do dito deveria ser um quisto ou um fibroadenoma.

Depois de ir à ginecologista fui fazer a minha primeira ecomamária, o exame indicado para detetar massas palpáveis em mulheres com menos de 30 anos, e descobri que para além do que tinha sentido já tinha mais dois. A partir daqui foi sempre a somar... tive de me mentalizar que seria mesmo assim porque não existe forma alguma de controlar o aparecimento de fibroadenomas. Fui fazendo exames de 6 em 6 meses e hoje em dia já não sei ao certo quantos tenho.

Aqui o mais difícil é a pessoa mentalizar-se que isto é normal porque em termos físicos, para além de algum desconforto e dor (não muito intensa), na altura do período e ovulação, conseguimos viver bem com eles.

Um pormenor importante: a única forma de se confirmar a 100% que se trata de um fibroadenoma – um tumor benigno – é através de uma biopsia. Tendo em conta que se trata de um exame intrusivo só se costuma fazer se houver algum motivo para desconfiar que possa ser outra coisa... Foi assim que no ano passado, quando o meu mirtilho passou a azeitona e começou a doer-me, que tive de fazer uma micro biopsia.

Não sei como sobrevivi a esse período mas a verdade é que sobrevivi! Entre marcar o exame o mais rápido possível, imaginar um agulha a espetar-me o peito, e o pior, o muito pior, os dias de espera pelo resultado, ficou num total de 3 semanas, três duras e longas semanas...
Se alguma de vocês está nesta situação o meu coração está mesmo convosco, e se tiverem medo de fazer o exame posso assegurar-vos que não vale a pena ter. Somos anestesiadas, e só sentimos mesmo essa parte, uma picadinha (ou três no meu caso) de nada, é um bocado visual porque usam uma espécie de seringa grande com qualquer coisa lá dentro que retira bocadinhos de tecido do caroço mas para além da pressão do disparo não se sente nada. A maminha fica negra e inchada durante alguns dias mas depois está como nova!

Quando fui levantar o exame e dei à minha mãe para abrir, ela nem conseguia ler, ficamos a olhar uma para a outra... quando conseguiu perceber que estava confirmado, era um fibroadenoma, abraçamo-nos e chorámos de alívio.

Infelizmente este não é sempre o desfeixo e essa é uma verdade cruel. Por isso sejam boas para vocês próprias e estejam atentas ao vosso corpo, a taxa de sobrevivência a longo prazo é maior quanto mais precoce for o estádio da doença.


Para as que estão a combatê-la, muito amor e força para não desistir e continuar todos os dias a batalhar, é tudo o que vos desejo!

2 comentários

  1. Caramba, tinha comentado isto e não publicou...

    Era a agradecer-te por partilhares a tua história e por me teres aberto os olhos. Também tenho na mama esquerda um caroço que tanto aparece como desaparece (como é o caso agora, o que acaba por fazer com que me esqueça dele) mas decidi que na minha próxima consulta, irei mesmo falar disso à minha médica e pedir-lhe uma ecografia ou assim... Porque quando volta, dói imenso. Dizem que quando dói é bom sinal mas mesmo assim, tenho de saber o que é isto.

    Obrigada pelo alerta <3

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    1. De nada <3

      Se aparece e desaparece deve ser um quisto mas convém mesmo tirares essa dúvida!

      Um beijinho *

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